sexta-feira, 25 de abril de 2014

Poesia existencialista

a rua da minha casa
passa a existir.
na calçada a flor prensada
pelo passo apressado.
entristeço por ela;
somos tudo que existe
no irromper do momento.
um gato se aproxima,
cheira a flor.
o gato floresce em mim,
como o saldo da cena pensada.
o gato e a flor são eu.
os pensamentos, o ser, o signo,
sou o sim da consciência.
a existência divaga-me,
eu divago com ela.
fecho a porta!
a rua inteira entra comigo,
sem pedir licença.

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